Laudívio Carvalho (Itatiaia) e Fernanda Ribeiro (Rede Minas) em uma conversa só.

O cenário é um auditório com paredes brancas e com o piso coberto de carpete dentro da biblioteca da PUC Minas São Gabriel. Depois das sete da noite, energias quase esgotadas se não fosse por uma conversa informal, leve e descontraída. O ar condicionado do tal auditório congelava. “Alguém pode abaixar o ar?” Pergunta uma colega. Perto das sete e dez, o professor pergunta pelos alunos. “Cadê o pessoal?” Preocupado, a maioria das cadeiras não estavam ocupadas. “Mas temos que começar”, alguém completa.

Laudívio Carvalho é um nome complicado de se entender. Mas para quem ouve a Itatiaia todo dia, já está acostumado. Na conversa, o repórter-apresentador multifunções começa falando de sua carreira. “Comecei aos 15 anos em um jornal lá de Montes Claros. Depois fui locutor. Depois me trouxeram pra Itatiaia. Depois me trouxeram para a televisão”. (quer um resumo da vida profissional de Laudívio? Está logo acima!). Ele ainda conta casos – e bota casos nisso – de quando foi trabalhar na TV (lá na década de 1990) e ficou conhecido nacionalmente através do Aqui Agora, aquele telejornal que marcou minha infância. (p.s. = Essa história de Laudívio ficar conhecido nacionalmente eu não compartilho com detalhes não. A explicação é batata! Leia-se: pérolas e situações dos dinossauros do jornalismo. Quando eles contam peculiaridades para um repórter iniciante – como eu – essas (peculiaridades) devem ficar guardadas em um baú, daqueles que você vai abrir só para seus netos e né, olhe lá. Me desculpem os princípios jornalísticos, daqueles que dizem que você deve contar tudo para a sociedade).  Laudívio acorda às quatro e trinta da manhã, diariamente. E só pára de trabalhar (faço questão de acentuar o pára. Esse novo acordo ortográfico não gosto não, assim como essas regrinhas do português. Eu faço minha própria gramática e pronto. Jornalistas deveriam ser assim: simplificadores! Lembrando, frase é um enunciado de sentido completo. não importa a ortografia?!?) no finalzinho da tarde, lá pelas sete da noite?!? Mas eu não acreditei não: jornalista que é jornalista não descansa. A experiente voz da rádio (que também trabalha na Bandeirantes, no Minas Urgente) ainda contou diferenças sobre TV e rádio. E, claro, fiz muitas perguntas sobre. “Já fiz estágio em rádio. Hoje trabalho em TV. Mas não tive sabedoria de saber qual é que é desse trem que a gente chama de rádio. Como bom mineiro, ainda me questiono, ‘como uma voz sai de um aparelho que pode ser pequeno ou grande?’  Quando vejo minhas matérias da TV dá um arrepio de pensar: um tantão de gente me assiste”, diz Sander Kelsen. (Trabalho no Jornal 15 minutos, que vai ao ar às 18h30, pela PUC TV e TV Horizonte. Um ‘merchan’, claro, aprendi com Laudívio! Dá dinheiro, dá mídia e zás!)

Uma discussão ali, outra acolá. O tempo acaba e como o repórter da Itatiaia acorda cedo, hora de ir para casa “descansar” – reitero mesmo, sem medo, e jornalista descansa?

Com cabelos pretos, em uma das últimas fileiras do auditório, Fernanda Ribeiro. Ela se levanta, fala com o professor, dá um alô para o Laudívio (já indo, né?). O tempo é curto para a conversa. Mas produtivo foi. Fernanda tem 13 anos de profissão. Formou-se na PUC mesmo e além de apresentar o sensacional “Agenda” da Rede Minas de Televisão é editora da revista do Pátio Savassi, aquele shopping na região sul de BH. A jornalista já passou pela OI FM. Já passou por uma agência de publicidade. Já passou pela TV Globo Minas. Já passou pela 107FM??? (Ela falou rápido, não captei, mas está ai a essência. Eu sei, a apuração falhou aqui). Pois bem. E ela passou, eles passaram, eu passarinho. Falou. É  gente fina, opiniões consistentes. Contou causos. Inclusive quando entrevistou uma ‘artista’ celebridade ‘famosa’, que deu uma de estrela de quinta, ao vivo, em um telejornal ‘famoso’ aqui de BH. E para fechar a noite contou um caso engraçadíssimo, daqueles que a gente só vai dizer para nossos netos.

Gostei da apresentadora do “Agenda” – programa que deve dar um trabalho danado para ser feito. Viver de jornalismo cultural hoje requer raça, certo? A noite foi boa. E daqui a alguns anos são meus colegas contando causos do jornalismo nas universidades. Assim espero e que ninguém me decepcione quanto a isso.