Eu desejo deixar todas as tralhas que atrapalham o meu ato de caminhar. Não consigo desfazer de todas ao mesmo tempo: sou julgado, condenado e menosprezado por isso. Queria não fazer parte dos chamados jogos de poder. Não posso: sou ser humano e com fraquezas como todos os outros. O indicador de negatividade tem sido muito presente. Quantos não’s consegui mês passado? Uma infinidade! Por um lado, foi bom. Ser bonzinho o tempo todo cansa e a saúde fica comprometida.
Eu não fiz um planejamento de vida como os administradores fazem. Pretendia chegar até os 30 anos… sem mais, nem menos. Toda vez que vejo no jornal que a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando, me preocupo. Faltam 6 anos para chegar a ser um balzaquiano. O que fazer com mais de 70 anos nesta terra?
Há uma série de coisas que me prendem aqui. Belo Horizonte é minha cidade-berço e não abro mão. Mas nasci com espírito de aventureiro. E ficar preso entre essas serras me adoece algumas vezes. Me imagino como viajante sem dinheiro e sem destino. Esperando do amanhã apenas uma bela paisagem.
Notei que este texto tem ego demais. Pode ser que sim, pode ser que não. É a minha terapia diária. Pelo menos sou editor da minha vida – mesmo não sabendo o conteúdo dos capítulos que estarão nas próximas páginas.